Fez-se silêncio.Tenzing pigarreou.“A variedade de coisas e acontecimentos que vemos e sentimos à nossa volta são diferentes manifestações de mesma realidade”, murmurou o budista em tom contemplativo. “Tudo está relacionado por fios invisíveis. Todas as coisas e todos os acontecimentos não passam de diferentes rostos da mesma essência. O real é o uno do qual deriva o múltiplo. É isso Brahman, é isso Dharmakaya, é isso Tao. Os textos sagrados explicam o universo.” Fechou os olhos e inspirou o ar, numa postura meditativa. “Está escrito na Prajnaparamita, o poema de Buda sobre a essência de tudo.”Começou a recitar, como se entoasse um mantra sagrado:“Vazia e calma e livre de siÉ a natureza das coisas.Nenhum ser individualNa realidade existe.Não há fim nem princípio,Nem meio.Tudo é ilusão,Como numa visão ou num sonho.Todos os seres do mundoEstão para além do mundo das palavras.A sua natureza última, pura e verdadeira,É como a infinidade do espaço.”
domingo, 11 de abril de 2010
O Universo é uno...
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