Fez-se silêncio.
Tenzing pigarreou.
“A variedade de coisas e acontecimentos que vemos e sentimos à nossa volta são diferentes manifestações de mesma realidade”, murmurou o budista em tom contemplativo. “Tudo está relacionado por fios invisíveis. Todas as coisas e todos os acontecimentos não passam de diferentes rostos da mesma essência. O real é o uno do qual deriva o múltiplo. É isso Brahman, é isso Dharmakaya, é isso Tao. Os textos sagrados explicam o universo.” Fechou os olhos e inspirou o ar, numa postura meditativa. “Está escrito na Prajnaparamita, o poema de Buda sobre a essência de tudo.”
Começou a recitar, como se entoasse um mantra sagrado:
“Vazia e calma e livre de si
É a natureza das coisas.
Nenhum ser individual
Na realidade existe.
Não há fim nem princípio,
Nem meio.
Tudo é ilusão,
Como numa visão ou num sonho.
Todos os seres do mundo
Estão para além do mundo das palavras.
A sua natureza última, pura e verdadeira,
É como a infinidade do espaço.”
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